“A pandemia trouxe todo mundo para o presente”, opina André Vasquez - Sambacomm

“A pandemia trouxe todo mundo para o presente”, opina André Vasquez

Data: 02/10/2020 - 17h18
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Há 19 anos, o então estudante de publicidade e propaganda da Universidade de Brasília André Vasquez se uniu a mais dois colegas do curso para criar a agência Radiola, e assim iniciou sua jornada profissional pelo mercado publicitário de Brasília.

Em entrevista à Sambacomm, o publicitário relembra sua trajetória, conta como foi lidar com os desafios da pandemia e diz quais são suas perspectivas para o setor.

S: Como é estar à frente de uma agência há tanto tempo?

André: A Radiola já tem 19 anos e nasceu literalmente do nada. Começamos como estudantes, antes de se formar, sem conhecer ninguém. Fomos ganhando experiência e tivemos a oportunidade de trabalhar com grandes empresas do mercado de Brasília, do setor público e do mercado privado – experiências que nos ensinaram muito. Para nós, o sucesso não está apenas em receber prêmios – não temos isso no nosso core business – mas em alcançar os nossos objetivos e dos nossos clientes.

S: Qual a fórmula para se manter no mercado por quase 20 anos?

André: Para qualquer negócio se manter em pé, existem alguns fatores que influenciam muito. O primeiro tem a ver com o que você sente, uma reflexão sobre: “essa empresa está me propiciando evoluir?” Nem sempre a resposta vem pronta, nem sempre temos uma trajetória linear, mas existem muitos momentos em que o negócio permite você estudar, aprender coisas novas, e você deve ficar atento a isso.

Também avalio a perspectiva de ganho financeiro. Você tem que acreditar na rentabilidade do seu negócio, saber do seu potencial de crescimento e se é viável se manter com ele economicamente. Por último, a percepção do valor do seu trabalho, da sua satisfação pessoal, é fundamental para se manter de pé. É muito bom ver que você está contribuindo para seu cliente melhorar e atingir seus objetivos.

S: Quais são os cases que mais te marcaram?

André: Eu olho para trás e tenho muito orgulho de muitos cases que temos. Um deles é o Like a Boss, que desenvolvemos junto com o SEBRAE Nacional. Foi a primeira vez que a organização olhou e se interessou por economia criativa, com foco em microempreendedores individuais. Quando o SEBRAE procurou a Radiola, o Brasil assistia ao início do boom das startups. O problema era que esses jovens empresários não reconheciam o SEBRAE como um parceiro por não se interessarem em formalização e desconhecerem as ferramentas já consagradas de modelagem de negócio.

Também foi muito marcante participar da concepção e lançamento da marca Stonia em Brasília. Eles chegaram para a gente só com a ideia de vender gelato em Brasília, algo completamente novo naquela época, e desenvolvemos todo o conceito, logo, divulgação. Também temos muito orgulho de projetos desenvolvidos para o setor imobiliário e educacional. É muito bom alcançar os objetivos dos clientes.

S: Você teve que fazer alguma mudança de estratégia e prioridade em 2020 por conta da pandemia?

André: Eu costumo falar que a pandemia pegou todo mundo que estava vivendo no passado, jogou num túnel do tempo e trouxe para o presente. As ferramentas que usamos com mais frequência hoje já existiam, mas éramos muito resistentes a usar certas coisas no nosso dia a dia. O desafio empresarial de proporcionar fluxo de caixa, troca de ideias, prazos respeitados, home-office, foi muito grande.

No mercado, uma das grandes diferenças entre setores público e privado é justamente cobrança por performance financeira. Neste ano, o desafio de fazer muito com muito pouco foi maior. Nós estamos acostumados com contratos que tem certa periodicidade, é normal. A gente perde e ganha cliente, faz parte do negócio. Em 2020, não perdemos cliente, mas perdemos receita. Então, nossos clientes tiveram que readequar o investimento publicitário e nós nos adaptamos com eles.