Centro-Oeste é a região com menor concentração de deserto de notícia, conclui pesquisa - Sambacomm

Centro-Oeste é a região com menor concentração de deserto de notícia, conclui pesquisa

Data: 24/02/2021 - 07h35
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O Atlas da Notícia, uma iniciativa para mapear veículos produtores de conteúdo jornalístico – especialmente de jornalismo local – no território brasileiro, identificou que moradores do Centro-Oeste estão cada vez mais bem informados sobre acontecimentos do País e do mundo. Iniciativas digitais na região contribuíram para a diminuição de desertos de notícias em 9%, comparado com a edição anterior do Atlas da Notícia, e a área mantém-se com a menor concentração de desertos noticiosos.

Brasília permanece como a segunda cidade com a maior concentração de veículos jornalísticos (2,4%), atrás de São Paulo (7,3%). No Distrito Federal foi predominante a quantidade de veículos jornalísticos na internet (140), seguidos de jornal impresso (78), rádios (41) e televisões (23).

Neste levantamento, foi possível constatar a presença de empresas jornalísticas que divulgam as notícias em redes sociais, principalmente Facebook, e que utilizam o WhatsApp como principal meio de contato para recebimento de sugestões de pauta. Importante observar que as redes sociais sempre foram exploradas por empresas jornalísticas localizadas, principalmente, em grandes centros e em regiões com disponibilidade de acesso à internet para a população.

O Campo Grande News, site de notícias com sede em Campo Grande (MS), é um desses casos e tem mais de 500 mil seguidores no Facebook e utiliza o WhatsApp desde 2014 como ferramenta de interatividade. Contudo, neste mapeamento, foram encontradas pequenas empresas jornalísticas que utilizam grupos de WhatsApp para divulgação de notícias locais e que conseguiram identificar nesta ferramenta uma oportunidade para monetizar.Resultado de imagem para jornal tablet

Empreendedorismo digital

De acordo com Sergio Ludtke, coordenador da pesquisa, em artigo no site Observatório da Imprensa, com poucas barreiras de entrada, o empreendedorismo digital se apresenta como um caminho natural para jornalistas que deixam para trás redações tradicionais: “Esses profissionais, que normalmente trazem consigo experiência jornalística, especialização em um ou mais temas e conhecimento de fontes e públicos, entre outras coisas, nem sempre estão capacitados para conduzir um negócio. Quando enveredam pelo caminho das iniciativas individuais, sem associar ao negócio outras competências, isso se torna um risco ainda maior para a sobrevivência da iniciativa”.

Para Ludtke, duas linhas de ação precisam ser exploradas pelos veículos nativos digitais que se apresentam como parte da solução para irrigar com informação os desertos de notícias. Uma delas é expor e seguir os princípios editoriais e compromissos éticos da organização como um farol que mostra o caminho para a evolução e maturidade de um veículo de comunicação. A outra é capacitar seus atores ou buscar competências externas para fortalecer o pilar de negócio e dar ao empreendimento a independência econômica que será garantidora da independência editorial.