#CriativosBSB: "Nosso mercado tem uma qualidade criativa única e indiscutível" (Gilson Leal, Radiola) - Sambacomm

#CriativosBSB: “Nosso mercado tem uma qualidade criativa única e indiscutível” (Gilson Leal, Radiola)

Data: 25/02/2021 - 06h00
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“Ousadia e responsabilidade na cabeça de profissionais inteligentes geram grandes ideias”. A frase, de autoria de Gilson leal, sócio e diretor de Criação da agência Radiola, sintetiza muito bem o que o mercado de comunicação de Brasília representa hoje no campo criativo: alta qualificação de mão de obra, forte presença no mercado privado e na administração pública e muita garra. Hoje, a capital está entre as cidades com maior potencial de crescimento na economia criativa do País.

Com o olhar daquelas pessoas à frente da criação de grandes ações e campanhas memoráveis, a Sambacomm continua nesta semana a série de entrevistas com profissionais de criação de BSB, nomes que atuam nas principais agências de publicidade da cidade.

Para nossa segunda conversa, convidamos Gilson Leal, que fundou a Radiola aos 21 anos e desenvolveu “tudo na raça e na vontade de entregar trabalhos honestos e criativos”. A agência já trabalhou com mais de 170 profissionais carimbados desde a fundação.

Atualmente a Radiola é uma empresa consolidada em Brasília pela parceria com grandes clientes: Sebrae, Odebrecht, Conselho Federal de Administração, WWF – Brasil, Marvin & Marietta, Grupo Saga, Rossi e Senac-DF são alguns dos nossos clientes ativos.

– São 22 anos de experiência na área de criação de Brasília. Para você, o que mais mudou desde quando você começou na publicidade em 1999?

Gilson Leal: Quando comecei na criação, as áreas eram muito segmentadas, existia uma divisão muito típica entre quem fazia planejamento, criação, produção audiovisual, essa divisão funcionava bem no mercado analógico.

Com a entrada da tecnologia, tanto das redes quanto da produção de vídeos e áudio, muitas coisas mudaram não só no mercado de Brasília, mas no mundo. Nesses dias, obtive conhecimento de que em algumas universidades no exterior, os pacotes do adobe estão sendo liberados gratuitamente para alunos do 2º grau. Essa coisa da plataforma criativa ponto interessante, profissionais hoje tem que ser interdisciplinares.

– Com tantas mudanças, quais são as principais habilidades que você busca em um profissional de criação hoje em dia?

Gilson Leal: Buscamos um profissional que saiba criar colaborativamente, sob a percepção de que criação é personificada. Na agência, não temos divisão de áreas e incentivamos um ambiente onde a criação seja menos autoral e mais colaborativa. O perfil criativo hoje passa pela ideia de entender que nada é feito sozinho e outras pessoas estão criando em conjunto contigo.

Além dessa ideia de criação colaborativa, é evidente que no mundo de hoje as áreas não estão ocupando cada um o seu quadrado. Por isso, sempre buscamos talentos que, além das habilidades técnicas necessárias, tenha uma conexão com o mundo, com a literatura, com as artes não aplicadas, porque isso se traduz no trabalho das pessoas.

– Muitos acreditam que a revolução tecnológica banalizou o trabalho criativo nas redações? Qual sua opinião sobre isso?

Gilson Leal: Acredito que toda mudança de paradigma vem para o bem e para o mal, não vejo as coisas de hoje sendo melhores ou piores. São diferentes. Hoje, as pessoas têm acesso a tantas informações que se tornam referência e inspiração para o trabalho criativo. Por outro lado, algumas ferramentas de produção, galeria de imagens, sons, referências de design, trouxeram banalizações para o trabalho criativo.

Existem pontos positivos e negativos. Essas coisas simplesmente mudam, mas o volume de entrega nas relações comerciais realmente ficou maior. Existe uma multiplicação digital que exige uma entrega mais rápida. Por outro lado, o lado positivo disso também é que, hoje, profissionais de criação possuem ferramentas incríveis de ilustração digital, de criação. Eu vejo muita evolução tecnológica, muita praticidade, isso dá força criativa também.

– Analisando o mercado de Brasília, como avalia a valorização do profissional criativo na cidade?

Gilson Leal: Nosso mercado tem uma qualidade criativa única e indiscutível. Os criativos são conceituais e geralmente tem uma formação muito sólida nas nossas universidades, o que leva ao desenvolvimento de trabalhos muito bons e reconhecidos. Os profissionais daqui, inclusive, desempenham muito bem a função em mercados maiores, como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro.

Outra coisa importante de destacar é que onde tem a economia mais forte, o setor criativo e industrial tem mais investimento e, naturalmente, a economia segue o fluxo. Devido a isso, naturalmente, as agências de SP vão faturar mais porque o investimento em mídia é maior e, consequentemente, os profissionais são mais bem pagos e acabam sendo mais reconhecidos em premiações e outros meios.

Quando se trata doo processo criativo e conceitual, temos muitos profissionais bons em Brasília e preferem o mercado daqui. Vejo profissionais multidisciplinares que sabem trabalhar colaborativamente e entendem de todas as áreas. Tenho muitos amigos que foram para São Paulo, mas se sentiram mais realizados voltando para a nossa cidade e trabalhando aqui novamente.

– Olhando para sua trajetória, quais foram as campanhas mais marcantes que você criou ou participou colaborativamente?

Gilson Leal: A Radiola tem um pensamento muito voltado para o mercado privado. A nossa experiência nos fez ter um portfólio muito variado. Eu nunca tive esse tédio que muitos profissionais sentem porque atendem os mesmos clientes do Governo há anos.

Foram muitas campanhas especiais e criativas. A Radiola foi responsável por desenvolver o programa Like a Boss, do Sebrae, uma plataforma idealizada por profissionais da agência para dar enfoque na recompensa por se tornar um empreendedor. A ativação da marca foi feita em meios digitais e trouxe novidades estéticas funcionais. Depois de anos, a plataforma de comunicação está consolidada no mercado e reconhecida por jovens empreendedores.

Os 50 anos do Conselho Federal de Administração também foi uma campanha que marcou a história na Radiola. Para este grande desafio criamos algo moderno, mas que não deixasse de prestigiar o tradicionalismo da profissão. Com o conceito: “Quando existe administração, tudo fica no azul”, demonstramos a importância que o administrador tem para o crescimento do país e da sociedade.

E essa história foi longe, atingindo todos os estados brasileiros e se tornando a campanha de maior alcance já feita pela Radiola e pelo CFA. Com esta harmonia perfeita, os resultados apareceram, com aceitação dos administradores de todo o país. E é nesse Ritmo que a Radiola toca cada job, levando ideias positivas para trazer resultados positivos.