#CriativosBSB: “Os desafios de Brasília demandam boa dose de criatividade”- (Thomaz Munster - Nova/SB) - Sambacomm

#CriativosBSB: “Os desafios de Brasília demandam boa dose de criatividade”- (Thomaz Munster – Nova/SB)

Data: 01/06/2021 - 06h00
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Continuando a série #CriativosBSB, criada para destacar o potencial criativo de pessoas à frente da criação de campanhas marcantes no mercado de Brasília, a Sambacomm convida para um bate-papo o publicitário Thomaz Munster, diretor de redação na Nova/SB, que tem em seu portfólio trabalhos para clientes como Caixa, Secom e  Ministério da Saúde.

Conte um pouco sobre sua trajetória na comunicação e sobre os clientes que você já atendeu.

Comecei a trabalhar em propaganda aos 16 anos, porque gostava de desenhar. Sou dinossauro. Comecei no tempo do layout feito à mão, com guache e ecoline. Meu primeiro emprego foi em um estúdio de agência de propaganda, mas logo o pessoal da criação me abduziu e é onde estou há mais de 30 anos. Nesse tempo atendi de multinacionais como Siemens, Polaroid e Lego até clientes em que a gente fala direto com o dono. Vim para Brasília em 1998, para trabalhar aqui por dois anos. Acabei alongando um pouco mais que o previsto.

Com tanto tempo de experiência à frente do time de criação, como você avalia o trabalho criativo desenvolvido em Brasília?

Brasília é um mercado muito diferente de outros mercados como São Paulo e Rio. Nem pior nem melhor, na minha opinião. Mas muito diferente. Avaliando os resultados finais de campanhas no ar, pode se imaginar que o mercado de São Paulo é muito mais criativo, mas asseguro que os desafios de Brasília demandam boa dose de criatividade também. Quem trabalha ou trabalhou aqui e conhece os percursos que uma campanha de cliente público percorre até ser aprovada e produzida, reconhece isso mais facilmente.

Olhando para sua trajetória, quais foram as campanhas mais marcantes que você criou ou participou?

Posso citar duas que tenho orgulho de ter participado. Uma delas foi Sons da Conquista, para a CAIXA. Marcou pelo tamanho do desafio, pelo reconhecimento com o primeiro Leão para a CAIXA entre outros prêmios, mas principalmente porque foi muito legal ver o engajamento do público e os resultados para o cliente. Outra que gosto de citar é Gente Boa Também Mata, de consciência no trânsito, para a Secom. Foi a campanha que “deu errado”. Incomodou muito e teve uma reação tão forte que fez ela ser retirada do ar. Mas incomodou exatamente porque tocou na ferida. O briefing era não ser mais uma campanha que virasse paisagem, e isso foi cumprido.

Para você, qual é o futuro da criação? Para onde a área caminha e quais suas perspectivas para este ano?

Difícil tentar prever porque as coisas estão mudando cada vez mais rápido. Uma solução que trouxe resultados no mês passado tem grandes chances de não funcionar mais hoje. Isso torna difícil tentar prever como será daqui pra frente. Uma outra coisa é a avaliação de que “os criativos nunca serão substituídos pela tecnologia porque o computador nunca terá um botão CRIAR”. Pode não existir esse botão ainda, mas a tecnologia já é capaz de colocar um produto na tela do seu potencial consumidor sem precisar de um título ou de um layout para fazê-lo se interessar por ele. Pessoalmente eu creio que, com a evolução de big data e algoritmos, em breve teremos algo muito próximo de um botão “criar campanha”. Mas, novamente, as coisas estão mudando rápido e talvez os fatores humanos como humor e emoção voltem a fazer mais diferença. Para este e para os próximos anos, penso que os clientes ainda estão aprendendo a lidar com métricas e a leitura de resultados que a tecnologia traz muito mais facilmente. Isso traz algumas seguranças mas faz com que tenham pouca disposição para correr riscos. Enquanto isso, seguimos aprendendo.