Continuando a série #CriativosBSB, criada para destacar o potencial criativo de pessoas à frente da criação de campanhas marcantes no mercado de Brasília, a Sambacomm convida para um bate-papo a publicitária Natália Horta, redatora da Propeg, que tem em seu portfólio trabalhos para clientes como Caixa, Banco do Brasil e Ministério da Saúde.
Vimos que você já recebeu vários prêmios durante sua jornada profissional. Pode nos contar sobre os projetos que te renderam esses prêmios?
“Normalmente eu não sou muito ligada a prêmios, talvez por ser uma pessoa mais na minha… Eu acho bom quando conseguimos pensar em soluções criativas e diferentes no dia a dia, sem ter o prêmio como foco. E acho que todos esses que pude estar na time premiado foram assim. Em vez do prêmio ser um objetivo, ele deve ser um reconhecimento. Dos projetos que participei e que foram premiados, eu tenho um carinho especial pelo “Barreiras Invisíveis” feito para o Banco do Brasil em 2018 na Isobar. A partir dele e de outras ações paralelas, a gente pode discutir equidade de gênero tanto como endomarketing para o banco quanto para o público externo, um tema que continua atual e que ainda tem muita batalha pela frente. Acho gratificante fazer trabalhos assim, que cutucam, que fazem pensar, que mobilizam”.
Na sua opinião, quais são os desafios ao trabalhar com projetos criativos em Brasília?
“Acho que aqui lidamos especialmente com contas públicas que tem uma atmosfera muito particular para criar, porque muitas vezes não estamos criando para o Estado e sim para governos, que vão estar sempre mudando. Por mais que concordemos ou não com quem está no poder, temos que tomar muito cuidado para comunicar de acordo com uma orientação política e ideológica vigente. Confesso que acho isso um desafio moral, às vezes. Também acredito que, muitas vezes, criando para contas públicas, a gente enfrenta muitas restrições, regrinhas, o que pode ser dito e o que não pode. Ao mesmo tempo, por ter essas barreiras, a gente tem que rebolar mais para conseguir soluções interessantes. O que ao meu ver é um bom desafio e prepara bem o criativo para qualquer tipo de cliente”.
Quais são suas perspectivas para o mercado da comunicação?
“Eu me pergunto às vezes, quais são as perspectivas para o mundo todo, para a nossa forma de viver mesmo. Depois da pandemia e de tudo que a gente está passando, muita coisa vai mudar em vários âmbitos: hábitos, relações humanas, saúde, comunicação interpessoal, relações internacionais. Mas falando do mercado, muita mudança em termos de forma de trabalho já vêm acontecendo, o home office por exemplo. Acredito que mesmo depois da pandemia isso vai permanecer como modelo de trabalho. Além disso, também estamos passando por um momento de crise econômica. Historicamente, as crises sempre semearam um boom criativo e artístico em certa medida, especialmente na nossa área. Acho que isso vai dar uma mexida boa no mercado de comunicação, não só na publicidade, mas nas produções audiovisuais, cinema, TV etc. Já vem mexendo”.