Facebook rebranded: os desafios que marcam a maior crise da big tech - Sambacomm

Facebook rebranded: os desafios que marcam a maior crise da big tech

Data: 26/10/2021 - 13h03
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Um resumo informativo das principais conclusões do Facebook Papers até agora

Nos últimos meses o Facebook vem recebendo uma série de acusações baseadas em documentos internos vazados por Frances Haugen, ex-diretora de Integridade Cívica da big tech, que já foi ouvida pelo senado estadunidense e pelo parlamento britânico.

As informações divulgadas tem afetado a percepção de investidores e abala a confiança de usuários e anunciantes, da onde vem maior parte da receita da empresa. Recentemente a rede social anunciou o interesse em mudar de nome, iniciando um afastamento de seu histórico e se posicionando como um conglomerado que vai além de social media.

O primeiro desafio apontado pelos documentos do vazamento é que a plataforma está tendo dificuldades para monitorar as informações de forma homogênea pelo globo: um artigo publicado pelo site The Verge descobriu que o Facebook utilizou um sistema de hierarquia para proteger usuários de discurso de ódio e violência em alguns países, mas não em outros, como os que passam por episódios turbulentos de violência civil, incluindo Mianmar, Paquistão e Etiópia.

Outro aspecto que tira o sono de Zuckerberg é o fato do Facebook ter uma base de usuários cada vez mais velha: os documentos indicam que a rede social está falhando em atrair usuários com menos de 30 anos, especialmente nos EUA. Uma reportagem da Bloomberg relata que atualmente os jovens adultos dos EUA tem passado 5% menos tempo na rede social e que os usuários de todas as idades estão postando menos.

Também há impasses para mediar o conteúdo de desinformação que leva à radicalização política e a problemas de saúde mental. O New York Times escreve que, embora o Facebook tenha discutido a ocultação de seu popular botão “Curtir” para aliviar a pressão sobre os usuários, ele decidiu não fazê-lo para preservar o engajamento. Além disso, a rede social parece ter problemas para identificar e policiar grupos que promovem tráfico de pessoas no mundo todo.

Um porta-voz da empresa disse (tradução livre): “No centro dessas histórias está uma premissa que é falsa. Sim, somos uma empresa e temos lucro, mas a ideia de que o fazemos às custas da segurança ou do bem-estar das pessoas não compreende onde residem nossos próprios interesses comerciais. A verdade é que investimos US $ 13 bilhões e temos mais de 40.000 pessoas para fazer um trabalho: manter as pessoas seguras no Facebook”, concluiu.

Embora a gigante da tecnologia tenha sempre negado essas afirmações, agora se tornou mais difícil fazê-lo, já que dezenas de reportagens estão sendo publicadas todos os dias subsidiadas pelas informações vazadas da própria empresa.