“Gente boa também mata”: Campanha polêmica expõe o perigo da imprudência ao volante
Data: 03/06/2021 - 06h00
Em 2017, uma campanha feita para o Governo Federal e o programa Rodovida causou polêmica ao mostrar que muitos acidentes de trânsito podem ser causados por descuidos de pessoas legais.
A campanha criada pela Nova/sb mostra que não basta ser uma boa pessoa, ser solidário e contribuir para comunidade se não respeitar as leis de trânsito.
No lançamento da campanha, o Ministério dos Transportes divulgou que o objetivo era abordar acidentes de trânsito causados a partir das cinco condutas mais perigosas: embriaguez ao volante, excesso de velocidade, ultrapassagens irregulares, uso de aparelho celular e não uso de dispositivos de segurança.
Desde que começou a ser veiculada, a campanha dividiu opiniões. Passou a ser alvo de críticas e elogios, e também de questionamentos e pedidos de retirada. No vídeo e nos cartazes, a campanha traz frases como “Quem planta árvores pela cidade”, “Quem faz trabalhos voluntários”, “Quem resgata animais na rua” e “O melhor aluno da sala” com o complemento “pode matar” e em seguida alerta para condutas perigosas no trânsito, como dirigir utilizando o celular, embriagado ou com excesso de velocidade, entre outras.
Após muitos consumidores denunciarem a campanha por afirmarem promover associação indevida entre pessoas que praticam boas ações e aquelas que matam no trânsito, o Ministério dos Transportes decidiu retirar cartazes das ruas, mas manteve campanha em vídeo feita para TV e internet, afirmando que o objetivo era mudar a realidade.
“O alerta que se faz é que não apenas o motorista estereotipado como ‘inconsequente’ provoca acidente. Mesmo que involuntariamente, qualquer cidadão pode causar acidentes graves e até mortes no trânsito com pequenas atitudes, como mandar um WhatsApp enquanto conduz, desviar a atenção das ruas ao trocar a música no rádio ou fazer uma ultrapassagem em locais de risco, sem visibilidade ou em trecho com faixa contínua. As mortes no trânsito estão entre as 10 principais causas de óbitos no país. É essa realidade que o Governo Federal quer mudar”, afirmou a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República.
O diretor de criação Thomaz Munster, disse que a campanha “incomodou exatamente porque tocou na ferida. O briefing era não ser mais uma campanha que virasse paisagem, e isso foi cumprido.”
