O Facebook dominou, nesta semana, as principais discussões nas redes sociais após a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) acursar formalmente a empresa de monopólio ilegal. O caso contra a big tech pode levar anos até ser resolvido, mas o processo pode desvincular o Instagram e o Whatsapp da propriedade de Mark Zuckerberg, afirmam especialistas. “O Facebook não fornece aos anunciantes maneiras significativas de garantir que os anúncios sejam distanciados de conteúdo que possa prejudicar a reputação de uma marca”, diz a denúncia.
A FTC e uma coalizão de estados que também está processando a empresa miram a aquisição do aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram pelo Facebook por cerca de US$ 1 bilhão em 2012 e o acordo de quase US$ 20 bilhões pelo serviço de mensagens WhatsApp dois anos depois.
Para a FTC, o Facebook utiliza dos dados de milhares de usuários como uma ferramenta para ameaçar as rivais e firmar o seu monopólio. Segundo especialistas jurídicos, a tática tem ligação com o modelo de publicidade propagada pela empresa. Desta forma, o processo analisará a forma como o Facebook lida com os dados de consumidores e anunciantes e o utilizam para dominar seus rivais. O embate impacta diretamente o mercado de anúncios digitais.
O que alega o processo
O texto do processo informa que o Facebook tornou os anúncios mais caros e disponibilizou menos opções para as marcas. As queixas acenam, também, para os desafios que a empresa enfrenta com problemas de segurança de rede: “Ao eliminar, suprimir e impedir o surgimento e o crescimento de rivais de redes sociais pessoais”, reporta o texto, “o Facebook também prejudica os anunciantes de várias maneiras, incluindo pouca transparência para avaliar o valor que recebem de anúncios e danos à sua marca devido ao conteúdo ofensivo nos serviços do Facebook”.
Atualmente o Facebook tem mais de 10 milhões de anunciantes em todas as suas propriedades, o que também está impulsionando as reclamações antitruste. Os reguladores relataram sobre como multidões de pequenas empresas foram sugadas para a órbita do Facebook por causa da falta de concorrência na publicidade social.