“E se o carnaval cair em abril…” – Bastou a notícia do adiamento dos desfiles da Sapucaí pelo prefeito Eduardo Paes para choverem memes resgatando a letra de ‘E se…’ de Chico Buarque e Francis Hime, todos engajados na polêmica mudança de data.
A medida, tomada como estratégia preventiva de combate a pandemia de COVID-19, acaba por movimentar o mercado publicitário, já que anunciantes e agências que tinham ações de campanha planejadas para o evento carnaval tiveram de rever suas estratégias; com o feriado oficial mantido em março e o desfile das escolas de samba deslocado para abril.
Sempre um momento para marcas estarem em contato direto com o público, a festa do carnaval – seja da rua, do salão ou do sambódromo – tem sido palco de ações publicitárias ao longo dos anos. Camarotes na Sapucaí, Sampling nos blocos de rua, Branded content com temas carnavalescos e muita exposição de marca em mídia são exemplos de inúmeras ações que tomam conta do Rio nesta época.
Estratégias de marca focadas em eventos têm sofrido uma série de reinvenções, sinais dos novos tempos. Acesso híbrido (presencial e virtual) ao evento, suas atrações e ativações, maior atenção aos dados para um ROI mais assertivo, e a preocupação permanente com a segurança dos participantes são alguns dos pontos a imprescindíveis de serem seguidos.
E o carnaval?
Com a mudança de data da festa, o cenário de engajamento potencial para marcas pode ser difuso: por um lado, o cuidado de trazer a marca para um momento de aglomeração certa em meio a crise sanitária e ter de encarar sanções ou cancelamentos, e um possível esvaziamento de público pela preocupação com as cepas do coronavírus, replanejamento de viagens, e até choque de agendas – o feriado da Páscoa será na semana anterior ao carnaval de abril -.
Por outro lado, um Carnaval em ‘dois tempos’ levanta oportunidades: surfar a narrativa do momento e aproveitar a demanda latente daqueles que estão há dois anos sem pular o carnaval para uma aproximação cativante de lembrança de marca, valores diferenciados de compra de espaços de mídia e produção dada a incerteza de tamanho de audiência que se apresenta para o momento.