Menines, eu vivi – 06 – Billy Gibbons, Velso Ribas, Ivan Stoy, João Bosco, Jair de Souza, Victor de Castro e… Adriana.

Data: 28 de fevereiro de 2023 - 08:33
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Pequenas grandes histórias da publicidade carioca.

Por Toninho Lima.

1985 / Esquire, JWT.

Eu estava na Esquire. Lembro de estar na agência, com 38 de febre, curtindo uma gripe violenta, quando recebemos a notícia da morte do presidente Tancredo Neves, dias antes de ser empossado. Passamos por um turbilhão de fatos desde então, com o José Sarney assumindo a presidência, congelando os preços para tentar controlar a inflação, com ajuda dos “fiscais” nos supermercados denunciando altas e remarcações.

O Brasil estava uma zona e minha vida também não andava muito organizada. Tinha trocado o emprego com carteira assinada na MPM Propaganda por uma vaga na Esquire, onde receberia bastante mais, só que em regime de Pessoa Jurídica. Assim, estreei na vida de prestador de serviços sem vínculo empregatício.

Os sócios da Esquire, muito simpáticos e conhecidos no mercado, eram Clementino Fraga Neto e Roberto Bahiense. Havia também um Vice-Presidente de Criação, o que estranhei, já que seríamos apenas eu e o diretor de arte, Billy Gibbons, na criação. Pois o Vice-Presidente de Criação, que eu já conhecia de nome, era um sujeito grande e de temperamento bastante forte.

No início, demo-nos muito bem os três, Billy, ele e eu. Saíamos os três para almoçar pelo Jardim Botânico, que era onde ficava a agência e onde eu também morava na época. Aos poucos, fui percebendo que nossos pontos de vista não coincidiam. Para piorar, o Billy Gibbons recebeu uma proposta de outra agência e caiu fora. À essa altura eu já andava querendo fazer o mesmo, mas chegou o novo diretor de arte para trabalhar comigo: Velso Ribas. Eu não poderia abandonar o barco agora, deixar o novato sem um redator.

Sorte minha e de meu novo parceiro é que fui convidado para trabalhar na J. Walter Thompson. Levei o Velso comigo. Ali começaria uma fase muito produtiva e gratificante da minha carreira. O Diretor de Criação, Ivan Stoy, era um sujeito extremamente carinhoso e carismático, que me recebeu tão bem que em pouco tempo eu já me sentia em casa.

Além do Velso, tive oportunidade de trabalhar em dupla com o Victor de Castro e com o Jair de Souza, além de ter experimentado uma deliciosa dupla de redatores com o meu querido amigo João Bosco, com excelentes resultados.  A J. Walter Thompson me deu mais do que um período muito rico em parcerias e amizades. Foi lá que eu conheci uma linda estagiária do Tráfego que conquistou meu coração imediatamente e para toda a vida. É a minha mulher: Adriana.

Outros colegas de destaque na Esquire e na J.Walter Thompson: Georgetown, chefe do estúdio da Esquire, que eu apelidei carinhosamente de Xoxotão e a Paola Ballousier, que era a RTVC. Na J. Walter Thompson, ainda tive colegas muito bacanas como o diretor de arte Cacau Ribeiro, o redator Toni Lourenço, o diretor de arte e grande quadrinista Júlio Shimamoto, o outro Cacau, esse Azevedo, que era nosso Diretor de Planejamento e a sua sucessora Nicoletta de Dinaro, a minha professora particular de inglês e assistente do Roberto Leal, a Heidi e a a chefe do tráfego Elza Saraiva (que me permitiu generosamente namorar sua estagiária).