Menines, eu vivi – 09 – Luiz Nogueira, Julio Castellanos, Alexandre Braga, Viviane Pepe e Joe

Data: 17 de maio de 2023 - 12:12
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Pequenas Grandes Histórias da Publicidade Carioca.

por Toninho Lima

2004 / McCann-Erickson

Sim. Por incrível que pareça, houve um dia em que eu senti que era hora de deixar a Giovanni. Os motivos não merecem serem citados, mas a decisão ganhou força em um almoço ali por Botafogo em que uma coincidência me colocou exatamente em frente à mesa em que estava o Luiz Nogueira, vice-presidente de criação da McCann.

Nos cumprimentamos de longe e ele fez um sinal para eu ligar pra ele mais tarde. De modo que, enquanto o mundo se deslumbrava com a primeira rede social na internet, o Orkut, eu ligava para a McCann-Erickson e marcava uma entrevista com o Luiz Nogueira e com o gerente-geral do escritório da agência no Rio, o boa praça Julio Castellanos.

Fui contratado como Coordenador de Criação no grupo que atendia a conta da TIM. Logo eu estaria enturmado com gente de altíssima qualidade, como o redator Renato Jardim, meu ex-colega na Giovanni, o diretor de atendimento, Alexandre Braga e a supervisora de conta da TIM, Ana Leão. Tudo certo, tudo ótimo, mas eu cismei com a nomenclatura do cargo: coordenador de criação. Havia outros 4 coordenadores na agência. Nenhum deles jamais havia reclamado, mas lá fui eu dizer ao Luiz Nogueira que achava correto, já que ele era o vice-presidente de criação, que nós, os coordenadores, fôssemos nomeados Diretores Associados de Criação.

Na semana seguinte, Renato Jardim, Zil Ribas, Neca Bohrer, Beto Werneck e eu éramos todos Diretores Associados de Criação da McCann Rio. Lembro que criei alguns roteiros de filme para a TIM com o Renato Jardim, revivendo a dupla de redatores que já formei antes, na Thompson, com o João Bosco Franco. Era divertidíssimo. Hoje, e desde sempre, são dois amigos muito queridos. Assim, enquanto a garotada descobria as manhas do novo game Dragon Ball, eu ia descobrindo um novo ambiente de trabalho onde também fiz e mantive amigos para toda a vida.

Busquei no mercado os nomes que viriam completar minha equipe, inclusive formando dupla de criação comigo, como foram os casos do Rodrigo De Lamare (o Joe) e da Viviane Pepe. Mais tarde, o Alê Braga assumiu a gerência-geral do escritório e vieram mais pessoas para o nosso grupo: o redator Christian Grecco, o diretor de arte Frederico Vegele, a diretora de arte Carol Oliveira e o redator Bruno Pinaud. Fizemos uma verdadeira festa criativa naqueles anos, com prêmios no Colunistas, no Profissionais do Ano e no Prêmio Abril.

Criei, em dupla com a Vivi Pepe, algumas peças que nunca sairão do meu portifólio, como o mobiliário urbano para o lançamento de Sprite Zero, que transformamos em uma espécie de aquário, com areia, conchas e até borbulhas. E ainda teve uma ação de guerrilha que preparamos para mostrar Schweppes sendo usado no preparo de um drink. Foi de guerrilha mesmo, desmontamos às pressas quando ouvimos a sirene da patrulhinha (não tínhamos licença da prefeitura, já que a peça foi montada apenas para inscrever em uma premiação).

Foram anos bastante produtivos, onde a gente conseguiu se divertir em encontrar brechas nos jobs internacionais para criar peças com um toque de humor bem brasileiro. E algumas nós emplacamos!

Outros colegas que deixaram sua marca nessa minha passagem pela McCann Rio: Beta Loyola, Gabriella Guerra, Ju Senna e Juju, a inimitável Fafitcha, Leonardo Pazzini, João Tolezano, Rachel Dolabella, o charmosíssimo diretor de arte Popó Salgueiro, o diretor de arte René Machado, o redator Marco Ferreira, a Cristina Barbosa que segurava a barra daquele departamento agitado, a Ana Bandarra que botava ordem nos jobs e um personagem todo especial, o Lulu, arte finalista de mão cheia. Nota triste: há pouco tempo o Rodrigo De Lamare, o inesquecível Joe, nos deixou.